quinta-feira, 15 de abril de 2010

A história acabou?

Enviado pelo deputado Ciro Gomes em 15/04

Jamais imaginei, após trinta anos de vida Pública, viver uma situação política como a em que me encontro. A pouco mais de 60 dias do prazo final para as convenções partidárias que formalizam as candidaturas às eleições gerais de 2010, não consigo entender o que quer de mim o meu partido- o Partido Socialista Brasileiro.
A se dar crédito às pesquisas eleitorais, eu estaria falando por algo ao redor de 15 milhões de brasileiros, apesar de não dispor de nenhuma máquina como as portentosas estruturas do governo federal ou do governo de São Paulo ou de, notoriamente, não ser o mais querido da nossa grande mídia ou de nosso baronato. É muita coisa. É coisa mais que suficiente para irrigar em meu coração um profundo sentimento de gratidão e, mais que isso, um grave sentido de responsabilidade para com nossa Nação. Modesto, mas real e grave!
A se seguir pelo conselho pragmático que avilta a política brasileira, é óbvio que o partido só tem a ganhar apresentando uma candidatura. Os partidos que disputaram, cresceram. Os que não disputaram definharam. Merecidamente, diga-se de passagem.
A se por um olho minimamente sério sobre a realidade brasileira presente, mais óbvio e moralmente mais importante ainda é a tarefa de apresentar uma candidatura à presidência!
É fato notório o mal que faz ao Brasil esta polarização amesquinhada, porém mutuamente conveniente, entre o PT e o PSDB. É a imposição ao Brasil ,por um preço cada vez mais impagável, da briga provinciana dos políticos de São Paulo. Lá eles são iguais, especialmente nos defeitos. Isto definitivamente não é verdade no Brasil!
Esta disputa pelo mero mando propiciado pelo poder, ou, pior, por seu aparelhamento patrimonialista e corrupto só garante uma coisa: o Brasil não muda na sua essência de mais desigual entre todos os países do mundo organizado! Claro que com Lula a coisa tem melhorado…Com os neoliberais acanhados do PSDB, a coisa vinha piorando…
A democracia brasileira, jovem e imperfeita como ainda é, aguenta que, ao invés de uma ampla opção arbitrada pelo povo, o jogo do poder seja decidido em gabinetes de Brasília onde a linguagem é um misto de pressões e trocas? Lembremo-nos de que, por regra, as burocracias partidárias se eternizam, o que quer dizer que basta a ação de pressão e/ou ofertas fisiológicas sobre uma mera meia dúzia de pessoas. Assim mesmo: sobre SEIS pessoas fechadas e isoladas em gabinetes de Brasília ou de São Paulo pode-se hoje definir as opções TODAS a serem “escolhidas” pelo povo nas eleições. Isto não é, infelizmente uma hipótese. É o que está acontecendo no Brasil aqui e agora. Omitir-se sobre isto é criminoso!
O sistema eleitoral prevê dois turnos por respeitar a realidade do Pais. Uma federação cheia de maravilhosas contradições! Uma realidade de grande fragmentação partidária, parte por seqüelas de uma ordem política viciada, parte, entretanto, por expressão de muitas realidades que pedem muitos olhares sobre a vida dura de nossas maiorias. As alianças se impõem e são naturais no segundo turno.
A quem interessa tirar do povo as opções que no passado recente permitiram a um sindicalista chegar à presidência? A história acabou? Não há mais o que criticar ou discutir?  Oito de Lula, quatro de Dilma, mais oito de Lula é o melhor que podemos construir pro futuro de nosso Pais? A única alternativa é voltar a turma da privataria como diz o Elio Gaspari ? E estas transas tenebrosas de PT com PMDB é o melhor que nossa política pode oferecer como exemplo de prática aos nossos jovens?
O que é o PSB? Um ajuntamento como tantos outros, ou a expressão de um pensar audacioso e idealista sobre o Brasil? Vai se decidir isto agora.  
Eu cumprirei com disciplina e respeito democrático o que decidir meu Partido. Respeito suas lideranças. Mas, tenham meus companheiros clareza: eu não desisto! Considero meu dever com o Brasil, lutar até o fim. Se for derrotado, respeito. Mas amanhã algum brasileiro mais atento dirá que alguns não se omitiram quando se quis tirar o povo da jogada.

Corumbá

Lula, “não vá além das chinelas”

Enviado por Giulio Sanmartini em 15/04

Fato de Lula ter chegado Washington para a Cúpula de segurança nuclear  como “o cara” e ter saído como um Zé Mané foi noticiado por mim. Complementando essa nota vale dizer, que uma grande culpa do fato se deve à parte da mídia lulista, com o desagradável hábito de agradar o presidente dourando a pílula da verdade.

As desmesuradas pretensões de Lula, e sua doentia auto-importância começaram na reunião do G20 em Londres (15/4/2009), quando o presidente dos Estados Unidos Barack Obama estava conversando com o primeiro ministro australiano Kevin Rudd e aparece Lula. Obama dirige-se ao presidente brasileiro, lhe dá um caloroso aperto de mão e diz a Kvein “esse é o cara! Eu adoro esse cara!”. (That’s my man right here. I love this guy”. Em seguida, enquanto Lula cumprimenta Rudd, Obama diz, novamente apontando para Lula : “esse é o político mais popular da Terra”.

Rudd aproveita a deixa e diz: “o mais popular político de longo mandato”. “É porque ele é boa pinta”, acrescenta Obama (*). Na foto que ilustra essa nota pode-se ver que pela cara o Obama e Rudd, estão literalmente sacaneando o desavisado Lula.

Mas alguns jornalistas quiseram que essa gozação fosse entendida como um elogio e que Lula tinha brilhado mais que todos no G20. Tudo bem, só pegou que Lula também acreditou nessa sandice.

Prova disso é que antes de ir para Washington (12/4) Lula deu uma entrevista ao jornal espanhol “El País”, quando, com a ingenuidade dos boçais tomou-se de ares importantes e afirmou que daria um esporro no presidente dos Estados Unidos e no da Rússia: “Vou perguntar ao presidente Obama qual é o significado de seu recente acordo com Medvedev (Dmitri, o presidente russo) sobre a desativação de ogivas nucleares. Desativação de que? Porque desativar o que já estava vencido não faz sentido. Eu tenho em minha casa uma gaveta de remédios vencidos. Ou falamos sério sobre desarmamento ou não podemos admitir que haja um grupo de países armados até os dentes e outros desarmados”.

Pois é, a sua passagem na Cúpula mostrou que ninguém estava se importando com o que ele pensasse ou dissesse.

Os que o levaram a essa triste situação, teriam sido mais úteis, se tivessem lhe contado um fato que se passou com o pintor grego  Apeles (352 – 308 Antes de Cristo) autor de uma frase famosa, quando  teve criticado um quadro seu por um sapateiro, que opinou sobre uma sandália de um personagem da pintura e estendeu sua crítica por toda a tela. Apeles, de imediato, protestou, recomendando ao sapateiro que não opinasse além das sandálias, por seu ofício de sapateiro, soltando a frase: “sutor, ne supra crepidam”, ou seja, “sapateiro, não vá além das chinelas”. Enfim, não emita opinião sobre o que não sabe. A frase virou aforismo, usado para aconselhar as pessoas a se limitarem a falar sobre o que entendem, não devendo ir além de seu parco conhecimento.

(*) Veja o vídeo da BBC com legenda em português: Em reunião do G20, em Londres, Barack

Corumbá

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Lula, dono do Brasil. Qual Brasil?

Enviado por Elio Gaspari:

O lançamento da candidatura de José Serra com uma proposta de superação das divisões políticas nacionais, porque "o Brasil não tem dono" e "pode mais", obriga o comissariado petista a refletir sobre sua plataforma eleitoral.

A ideia de uma campanha que contrapõe Lula a Fernando Henrique Cardoso pode ser boa, mas falta combinar com os russos. Os tucanos chegaram com outro jogo. Melhor assim, pois fazer de 2010 um vídeo-tape de 2002 seria no mínimo uma discussão pouco inteligente.

Serra propõe a unidade do país e terá os próximos meses para botar substância nessa proposta. Por enquanto, dispõe da colaboração de Nosso Guia, com suas declarações desrespeitosas ao Poder Judiciário e ao aparelho de fiscalização do Estado.

Mais: Lula comporta-se como dono do país quando se mostra confortável na condição de padrinho, animador e empresário de Dilma Rousseff.

Lula diz que "não podemos ficar subordinados, a cada eleição, ao juiz que diz o que a gente pode ou não fazer". Tudo bem, vamos ficar subordinados a quem?

Nosso Guia defende a mudança da legislação eleitoral, por meio de uma reforma política. Qual? Não diz.

Por duas vezes o PT (com socorro do tucanato) tentou aprovar uma reforma que não mexia nas limitações da propaganda eleitoral. Deram prioridade ao voto de lista, que fortalece os aparelhos partidários e confisca aos cidadãos o direito de votar nominalmente em seus candidatos à Câmara dos Deputados.

Sente-se na campanha petista um certo desconforto com as instituições. Multado pela Justiça Eleitoral, o Grande Mestre deu-se a gracinhas que levariam à cadeia um motorista que debochasse do guarda de trânsito.

A ideia de mais um mandato petista para permitir que o comissariado imponha uma mudança de qualidade às instituições republicanas será divisiva, estimulará radicalismos minoritários e, na melhor das hipóteses, obrigará o PT a escrever uma nova "Carta aos Brasileiros".

Nela, pedirá aos eleitores de 2010 que esqueçam suas extravagâncias políticas, assim como em 2002 pediu perdão por suas extravagâncias econômicas.

As campanhas eleitorais moldam os candidatos e Dilma Rousseff ainda não se adaptou ao contraditório do cotidiano da contenda.

Disse que "nunca abandonei o barco" e, quando foi confrontada com a impropriedade da soberba, acrescentou que só "a má-fé" poderia levar à conclusão de que se referia aos exilados da ditadura, como Serra. Não quis pagar o preço da insinuação e dobrou a aposta, insultando quem a cobrou. Nesse ritmo, perde o controle do verbo em questão de meses.

Em política, um candidato tem que dizer quem é. Se não o fizer, será aquilo que os adversários querem que seja. Serra deu uma vaga ideia do que pretende ser. Dilma, nem isso.

Corumbá

Sobre Belo Monte

DEU EM O GLOBO.

Enviado por Miriam Leitão:

Por 100 quilômetros o rio Xingu vai passar a ter uma vazão mínima de água, e, às margens dessa área, há tribos, ribeirinhos, floresta.

Os técnicos do Ibama escreveram que não garantiam a viabilidade ambiental da hidrelétrica de Belo Monte. Duas das maiores empreiteiras do país desistiram porque acham arriscado demais economicamente. Mas o governo diz que fará o leilão.

Há dúvidas de todos os tipos sobre a hidrelétrica: ambiental, econômico-financeira e política. Por que ignorar tantas dúvidas?

Por que leiloar a mais polêmica das hidrelétricas brasileiras a seis meses das eleições com um só grupo interessado? Por que tentar forçar a formação improvisada de um novo grupo, manipulando os fundos de pensão?

A primeira vez que se pensou em fazer essa hidrelétrica foi no auge do poder do governo militar, em 1975. Nem eles, com AI-5, sem audiências públicas, com um estado maior e mais insensato; nem eles, que fizeram Balbina, tiveram coragem de levar adiante o projeto.

O Ministério Público levanta dúvidas sobre várias questões, mas principalmente não entende a pressa do governo:

— Os técnicos do Ibama escreveram que não tiveram tempo de considerar as questões levantadas nas audiências públicas, escreveram que não tinham como garantir a segurança ambiental do empreendimento, há dúvidas sobre a viabilidade econômico-financeira e mesmo assim o governo diz que fará a obra — diz o procurador da República Bruno Alexandre Gutschow, do Pará.

Corumbá

domingo, 11 de abril de 2010

Onde estão as meninas do Jô ?

O primeiro jornalista a sofrer cerceamento do direito de bem informar em consequência dos seus verdadeiros, contundentes e procedentes comentários contra os desmandos do atual governo foi o Boris Casoy.

De acordo com o noticiário da época ele foi demitido a pedido do próprio Lula. Entretanto aos olhos dos menos atentos a coisa vem se agravando de maneira avassaladora e perigosa, senão vejamos: O Programa do Jô tirou do ar (sem dar qualquer satisfação ao público) o quadro “As Meninas do Jô” que era apresentado às quartas feiras, onde as jornalistas Lilian Witifibe, Ana Maria Tahan, Cristiana Lobo, Lúcia Hippólito e, por vezes, outras mais, traziam à público e debatiam todas as falcatruas perpetradas por essa corja de corruptos que se apossou do país.

As entrevistas sobre temas políticos não têm sido mais levadas a efeito atualmente. Virou um programa de amenidades e sem qualquer brilhantismo.

O jornalista Arnaldo Jabor, considerado desafeto pelo governo atual, vem sofrendo, de forma velada e sistemática, todo tipo retaliação. Já foi processado, condenado, amordaçado e por aí vai. Sua participação diária, às 07:10 na Rádio CBN tem se limitado a assuntos sem a relevância que tinha, haja vista que está impedido de falar sobre assuntos que envolvam a política nacional e o atual governo.

A jornalista Lúcia Hippólito que tinha uma participação diária, às 07:55h na Rádio CBN, não está mais ocupando o microfone da emissora como fazia e nenhum comunicado foi feito pelo âncora do horário, o jornalista Heródoto Barbeiro.

Sorrateiramente colocaram-na como âncora em outro horário onde enfoca matérias mais amenas e sem a habitual, verdadeira e procedente contundência.

Diogo Mainard, da Revista Veja, além de processado vem sofrendo várias ameaças de morte por parte do jornal do MR-8 (que faz parte da base aliada ao Lula) e de integrantes dos chamados “Movimentos Sociais”.

O jornal “Estadão” de São Paulo está sob forte censura governamental há pelo menos 60 dias.

Pelo que se vê, Fidel Castro está fazendo escola na América do Sul.

O primeiro a colocar em prática estes ensinamentos, aniquilando o direito de imprensa foi Hugo Chaves e, pelo andar da carruagem, o nosso Presidente está trilhando pelo mesmo caminho.

Interessante que uma das primeiras medidas tomadas por esses regimes ditos “populares” ou “socialistas” (do atrito entre os considerados “pobres” e os citados “ricos”) é tentar calar a mídia. Na verdade, não suportam a crítica tida por eles como como “desestabilizadora” do sistema e não como parceira da democracia.

Observem, onde não existe liberdade de expressão, o regime governamental é socialista e/ou ditatorial. Por que será?

baseado em texto de Karina Baracho

Corumbá

MARQUETEIRO DE DILMA TENTOU INFLUENCIAR OPINIÃO DE JORNALISTAS

Enviado por Reinaldo Azevedo em 10/04/2010

 

Podem espalhar para que todos fiquem sabendo:

Enquanto acontecia o evento dos partidos de oposição em Brasília, João Santana, marqueteiro do PT, ficou disparando torpedos para os celulares dos jornalistas que cobrem política, muitos deles presentes ao encontro. E o que eles diziam?

Contra todas as evidências e contra a percepção dos presentes, afirmava que o evento estava ruim, que os discursos eram equivocados, que esse e aquele cometiam erros, que havia um monte de problemas… Em suma, o marqueteiro Santana tentava pautar os tais formadores de opinião. Até parecia que Santana estava com vontade ajudar…

A multimilionária campanha de Dilma Rousseff contratou os interneteiros que cuidaram da campanha de Obama. Essa foi uma prática corriqueira dos seus homens de marketing: criar um movimento de opinião contra os adversários — naquele caso, primeiro no próprio Partido Democrata; depois, para atingir os republicanos. Qual é a tese? Mais importante do que o sucesso ou insucesso de um evento em si, o que conta e a repercussão. E Santana tentou estragar o que os próprios petistas consideravam estar sendo um sucesso.

Certo! Não se pode condená-lo por tentar, não é? Mas informar o seu esforço é uma informação que tem de ser tornada pública. A pressão de Santana vai funcionar? Vamos ver.

Ah, sim: não adianta Santana negar. Ele sabe que é verdade. E sabe também que SMSs ficam registrados nos celulares, não é?

Ah, sim: os blogueiros do Planalto, aqueles pagos para fazer o blog do Lula, também deram plantão do Twitter, tentando pôr o evento pra baixo, comparando-o com o Dilma e sustentando, claro, que o comício ilegal da petista estava muito melhor. Eles, obviamente, não chamaram o comício de “ilegal”.

Corumbá