sábado, 4 de julho de 2009

O governo Lula em campanha

Agora não temos mais como duvidar. Nem sei porque a oposição está tão calada, ninguém contesta. Estão todos preocupados com “Sarney sai não sai” (inclusive a mídia). Até a CPI da Petrobras jaz esquecida. Oposição boa era no tempo de Lula, uma confluência de fatores como os que estão ocorrendo não escaparia da língua ferina do sindicalista Lula. Vejam só:

Além de estar promovendo descaradamente a candidatura da ministra Dilma desde janeiro, infringindo a Lei, resolveu conquistar de vez seu público votante às custas do meu, do seu, do nosso dinheiro.

Primeiro a equipe de combate: O governo federal decidiu manter um aumento que pretende dar ao funcionalismo público, mesmo com a queda na arrecadação.Os reajustes já estavam previstos, mas eram condicionados ao desempenho das contas públicas.

O acordo, firmado com os servidores públicos federais em 2008, permitia adiar o reajuste dos salários se a arrecadação ficasse abaixo do esperado. E foi o que aconteceu: entre janeiro e junho, a arrecadação foi de R$ 63 bilhões a menos do que se previa. Mesmo com menos dinheiro em caixa, o presidente Lula decidiu dar o aumento agora.

Segundo mas não menos importante, sua claque: Além de reajustar o salário dos servidores, o governo também confirmou que vai aumentar o valor do Bolsa Família.

O Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, negou que os reajustes tenham objetivos eleitorais. “Esses projetos foram votados por unanimidade. E eu mesmo recebi por diversas ocasiões ligações de deputados da oposição ou até de senadores pleiteando que nós resolvêssemos as questões relativas ao reajuste”, afirma.

O que seria de estranhar é que o ministro confirmasse os objetivos eleitorais.

Na verdade, o governo toma as decisões de olho nas eleições do ano que vem. Nós passamos a ter muitos servidores e o serviço não melhorou, a saúde não melhorou, a educação não melhorou, a segurança pública não melhorou.

O governo erra ao priorizar o reajuste de salários aos investimentos em estradas, escolas, hospitais etc. Num momento de crise, é preciso reativar a economia, reativar com investimentos. Aí é uma reativação natural e promissora, pois o produto desse investimento permanece. Num momento de crise, “investir” em salários e pensões é usar dinheiro escasso para promover candidatura.

Vai fazer falta! Mais aí não será mais problema do Lula.

E a “greve” do INSS?

Esse deveria ser, talvez, o mais importante assunto da semana. Deveria estar nas manchetes, nas chamadas dos jornais, na discussão  e nos debates nas rádios e TVs.

Mas não, Sarney sai ou não sai tem mais valor para a população que o fato de milhares de pessoas que utilizam o INSS estarem desamparadas tanto pelo governo quanto pelos funcionários. Doentes que precisam marcar consultas ou perícia para receberem (ou não) pensão por doença, velhos trabalhadores em busca de aposentadoria, nada, nada tem importância para os 80% de opinião positiva do sr. Lula.

Analisemos os absurdos deste acontecimento:                      O motivo da greve: Segundo o presidente do sindicato, sr. José Bonifácio, eles precisam reabrir o diálogo com o governo pois “Eles cortaram parte dos salários dos funcionários, teve gente que perdeu mais de 30%!”.

Puxa vida, é realmente um forte motivo. Seria até fácil apoiar esse movimento se o sindicalista não falasse mais nada. Mas não, ele, empolgado, continuou a “explicar” seus motivos: “Desde 1984 a gente trabalhava 30 horas e recebia por 40 horas e agora ele muda”.

O outro “motivo”, então, é muito mais ridículo:  “E ainda por cima o governo colocou um ponto eletrônico. Os servidores estão se sentindo vigiados.”

O “ministro” da Previdência Social, então, disse cinicamente que não vai tomar medida alguma pois o Poder Judiciário “declarou a ilegalidade da paralisação, antes mesmo do início."

Sim, e daí? Os funcionários dizem que o movimento “está fortalecido”, o governo disse que a greve é ilegal e o povo, bem o povo, como diria aquele senador criado por Chico Anísio, “que se exploda!”

Esse é o carinho e a preocupação que vemos hoje com o povo. Pão e Circo – Bolsa-Família e Copa de 2014.

Os funcionados sem trabalhar mas recebendo salários. Isso é Licença Prêmio! O governo sem fazer nada. E toda a mídia preocupadíssima com o Sarney, se ele fica ou não na presidência desse nosso corrupto Senado Brasileiro.

Não dá para ser feliz…. mas vai passar, essa é minha esperança, vai passar. Repitam comigo, VAI PASSAR!

LULA: POPULISMO OU DESVIO DE FOCO?

Não sou favorável ao ritual de recepção de atletas quanto às razões populistas, mas sei que é "papel" do Presidente da República. Mas isso, como se sabe, é algo restrito às equipes nacionais: atletismo, voleibol, futebol, natação etc...

Lula, porém, recebeu o "timão" em Brasília, incluindo o evento na agenda presidencial. E nem precisamos perguntar se receberia o Inter, pois a resposta é óbvia: "não, não receberia".

Sabem por quê? No ano passado, quando seu time de coração perdeu esse mesmo título para o Sport Recife, ele NÃO RECEBEU A EQUIPE VENCEDORA DA COPA DO BRASIL. Tudo que fez foi resmungar sobre um suposto pênalti.

Como cidadão, Lula tem todo o direito de fazer o que bem entender nas horas vagas. Mas, no papel de Presidente, ele não deve e nem pode ser um "torcedor de luxo", seja para qual time for. Sobretudo diante do momento de crise institucional pela qual passa o Senado, tanto mais diante do recuo de seu partido, que ontem sinalizava uma coisa, e hoje reitera o apoio a Sarney.

Foi-se o tempo em que o futebol se mantinha no plano das metáforas discursivas. O problema vai ser explicar aos torcedores do Rio Grande do Sul o porquê dessa desfeita. Aliás, aos torcedores de todo o Brasil. O povo pode não entender de economia e aceitar agradinhos e tapinhas nas costas, mas futebol é outra coisa.

É jogo truncado na zona do agrião. Não pegou bem.