segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Diga, Kassab!

Baseado em texto de Ricardo Noblat

“Meu partido não será de direita, nem de esquerda nem de centro” – Gilberto Kassab. Haveria, pois, lugar
no PSD para todo mundo.

Muitos ganharam com a invenção do PSD. Mas ninguém ganhou mais do que Kassab. Em 2004, candidato a prefeito de São Paulo, Serra fez cara feia para o DEM, que bancou Kassab como seu vice. Agora, é Kassab quem oferece ao PSDB de Serra e de Geraldo Alckmin a vaga de vice-prefeito na chapa a ser encabeçada por um nome do PSD.

No Rio, por exemplo, o PSD é do governador Sérgio Cabral e fará dobradinha com o PMDB. No Maranhão, é da família Sarney. Na Bahia, o governador Jacques Wagner usou o PSD para enfraquecer o DEM do deputado ACM Neto. Eduardo Campos, governador de Pernambuco e Cid Gomes, governador do Ceará, ambos do PSB, desviaram correligionários para o PSD.

O nome do prefeito cujo vice seria oferecido ao PSDB pode vir a ser o de Afif Domingos, atual vice de Alckmin. Em troca do apoio do PSDB a Afif, Kassab promete apoiar a reeleição de Alckmin em 2014. Se o PSDB, contudo, preferir desprezar a aliança com o PSD, Kassab então lançará para prefeito  Henrique Meirelles, que na última sexta-feira se filiou ao PSD.

Por acaso, tem alguém com mais bico e plumagem de tucano do que o ex-deputado federal pelo PSDB de Goiás Henrique Meirelles?
Tem alguém com trânsito mais livre entre eleitores do PT do que Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central no governo Lula?
Meirelles é presidente do Conselho Olímpico no governo Dilma.

Em São Paulo, berço político do PSDB e do PT, o PSD de Kassab é candidato a dar as cartas, ora enfrentando os dois ao mesmo tempo, ora se juntando com um deles.

Doravante, em Brasília, quando algo relevante começar a ser discutido no governo ou no Congresso, alguma voz haverá de perguntar: “O que Kassab acha disso?”

Corumbá