quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Mundo deve combater barbaridades contra as mulheres

Enviado por Míriam Leitão - 05.08.2010

O caso da iraniana ganhou grande repercussão internacional e chama a atenção para outros casos de mulheres submetidas a tratamento indigno, à morte por apedrejamento. Ela é acusada de adultério, confessado após 99 chibatadas, ou seja, sob tortura.

O governo do Irã diz que o mundo está desinformado e que, na verdade, o crime é outro, ela teria ajudado a matar o marido. Eles vêm mudando a acusação contra ela, à medida em que aumentou a pressão internacional a partir do abaixo assinado, iniciado pelos filhos dela.

Isso mostra como o mundo ainda trata a mulher de forma primitiva. Hoje, o Bom Dia Brasil mostrou o aumento dos casos de violência contra a mulher, de cárcere privado. Uma delas, de São Paulo, era algemada antes de o marido sair para o trabalho, passando o dia assim.

Em inúmeros países, há outras violências, como mutilação sexual. Em países muçulmanos, quando alguém da família comete um crime, a mulher é punida através de estupro coletivo. Essas barbaridades acontecem no século XXI. A mulher já conquistou tantas coisas, mas a luta continua. O caso dessa iraniana é um que chama a atenção e clama por justiça.

Na morte por apedrejamento, a mulher é enterrada até o peito, não pode tentar se defender e é apedrejada, no início, com pedras menores para que sinta bastante dor antes de morrer. A consciência humana não pode mais conviver com esse tipo de crime. É preciso se mobilizar contra essas barbaridades que continuam acontecendo.

O Irã tem cometido muitos crimes contra os direitos humanos, matado opositores que protestaram contra a fraude nas eleições. O mundo precisa pressionar e fazer o oposto do que fez o Brasil, que mandou uma carta à ONU pedindo que os países que desrespeitem os direitos humanos não sejam pressionados publicamente, mas que se tente o diálogo.

A pressão internacional ajudou a acabar com o apartheid. O mundo democrático não pode abrir mão do dever de pressionar. Está errado o governo brasileiro. Deve-se lutar por essa vida e pelas mulheres que, hoje, estão sendo submetidas a todo tipo de maltrato.

Corumbá

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Asilo à iraniana

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma "personalidade emotiva" e fez sua proposta de conceder asilo à iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani sem "informação suficiente" sobre o caso, disse nesta terça-feira o porta-voz do Ministério do Exterior iraniano, Ramin Mehmanparast.

Esta foi a primeira reação oficial do Irã à proposta feita no sábado por Lula para que Ashtani, condenada à morte por apedrejamento no Irã sob acusação de adultério, se asile no Brasil.

O porta-voz respondia, durante uma entrevista coletiva, à pergunta de um jornalista que havia questionado se havia ou não interferência do presidente brasileiro nessa questão.

A oferta brasileira de asilo a Ashtiani foi feita no fim de semana. O presidente fez um "apelo" ao presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, para que "permita ao Brasil conceder asilo a esta mulher”, disse Lula, durante um comício em Curitiba.

A proposta brasileira foi apoiada por ativistas que defendem os direitos humanos no Irã, mas foi criticada por setores mais conservadores ligados ao governo do país.

E você, o que acha? O presidente Lula está certo em oferecer asilo à iraniana? Deveria ter intercedido antes? Ou está interferindo em questões que não dizem respeito ao Brasil?
Mande a sua opinião!

Corumbá

domingo, 1 de agosto de 2010

O mundo tenta salvar uma mulher

– Quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Dessa forma, conta a Bíblia, Jesus desafiou um grupo de pessoas e as convenceu a não matar a pedradas uma mulher adúltera, como estavam prestes a fazer. As cenas, embora ambientadas 2 mil anos atrás, são bastante atuais. No lugar de Jesus, porém, são anônimos, políticos e celebridades de todo o mundo a bradar pela vida de Sakineh Mohammadi Ashtiani, uma iraniana condenada pela Justiça de seu país, em pleno século 21, a morrer apedrejada.

Aos 43 anos, Sakineh é acusada de cometer adultério com dois homens e, desde maio de 2006, divide uma cela com outras 25 mulheres acusadas de homicídio na prisão de Tabriz, no noroeste do Irã. Originalmente, ela havia sido sentenciada a receber 99 chicotadas (o que já foi executado), mas seu caso foi reaberto quando a Justiça iraniana a acusou de ter matado o marido. Ela foi inocentada desse crime, mas a pena relativa ao adultério foi revista, e a iraniana acabou sentenciada à pena capital, em 2007.

– Durante o trajeto de 15 minutos até o tribunal, ela estava apenas preocupada com os filhos, mas não estava esperando nada perto de apedrejamento. Por dias, ela parecia um fantasma, vagando em choque, mas quando voltou a si, só chorava. Eu não a vi sem chorar até o último dia em que passei com ela na prisão – relatou a ativista política Shahnaz Gholami, antiga companheira de prisão de Sakineh.

Documentos obtidos pelo Comitê Iraniano contra o Apedrejamento mostram que dois dos cinco juízes que trataram do caso de Sakineh concluíram não haver evidências de adultério.

– É chocante. Ela foi sentenciada a morrer apedrejada porque três juízes acham, apenas acham, que ela teve um relacionamento fora do casamento – disse Mayram Namazie, do comitê.

O anúncio de que a aplicação da pena poderia ser iminente despertou uma grande mobilização internacional, e países como França, Grã-Bretanha e EUA criticaram a decisão de Teerã. Um abaixo-assinado aberto há cerca de um mês na internet deu impulso mundial à campanha. O documento conta com mais de 540 mil assinaturas. Diante de tanta exposição, as autoridades iranianas mudaram o método de execução, para enforcamento. Os prisioneiros no corredor da morte são informados de quando serão mortos somente pouco antes da execução, aumentando seu sofrimento e o da família. Às vezes, seus advogados não são informados sobre a data com 48 horas de antecedência, como determina a lei iraniana.

Após proibir os filhos de Sakineh de falar com a imprensa e impedir a mídia do país de repercutir o caso, o governo do Irã foi atrás do advogado da iraniana, o conhecido ativista dos direitos humanos Mohammad Mostafai. Ele está desaparecido desde o início da semana, após as autoridades de Teerã terem emitido um mandado de prisão contra ele.

Tudo isso em nome da religião.

Corumbá