quinta-feira, 15 de abril de 2010

Lula, “não vá além das chinelas”

Enviado por Giulio Sanmartini em 15/04

Fato de Lula ter chegado Washington para a Cúpula de segurança nuclear  como “o cara” e ter saído como um Zé Mané foi noticiado por mim. Complementando essa nota vale dizer, que uma grande culpa do fato se deve à parte da mídia lulista, com o desagradável hábito de agradar o presidente dourando a pílula da verdade.

As desmesuradas pretensões de Lula, e sua doentia auto-importância começaram na reunião do G20 em Londres (15/4/2009), quando o presidente dos Estados Unidos Barack Obama estava conversando com o primeiro ministro australiano Kevin Rudd e aparece Lula. Obama dirige-se ao presidente brasileiro, lhe dá um caloroso aperto de mão e diz a Kvein “esse é o cara! Eu adoro esse cara!”. (That’s my man right here. I love this guy”. Em seguida, enquanto Lula cumprimenta Rudd, Obama diz, novamente apontando para Lula : “esse é o político mais popular da Terra”.

Rudd aproveita a deixa e diz: “o mais popular político de longo mandato”. “É porque ele é boa pinta”, acrescenta Obama (*). Na foto que ilustra essa nota pode-se ver que pela cara o Obama e Rudd, estão literalmente sacaneando o desavisado Lula.

Mas alguns jornalistas quiseram que essa gozação fosse entendida como um elogio e que Lula tinha brilhado mais que todos no G20. Tudo bem, só pegou que Lula também acreditou nessa sandice.

Prova disso é que antes de ir para Washington (12/4) Lula deu uma entrevista ao jornal espanhol “El País”, quando, com a ingenuidade dos boçais tomou-se de ares importantes e afirmou que daria um esporro no presidente dos Estados Unidos e no da Rússia: “Vou perguntar ao presidente Obama qual é o significado de seu recente acordo com Medvedev (Dmitri, o presidente russo) sobre a desativação de ogivas nucleares. Desativação de que? Porque desativar o que já estava vencido não faz sentido. Eu tenho em minha casa uma gaveta de remédios vencidos. Ou falamos sério sobre desarmamento ou não podemos admitir que haja um grupo de países armados até os dentes e outros desarmados”.

Pois é, a sua passagem na Cúpula mostrou que ninguém estava se importando com o que ele pensasse ou dissesse.

Os que o levaram a essa triste situação, teriam sido mais úteis, se tivessem lhe contado um fato que se passou com o pintor grego  Apeles (352 – 308 Antes de Cristo) autor de uma frase famosa, quando  teve criticado um quadro seu por um sapateiro, que opinou sobre uma sandália de um personagem da pintura e estendeu sua crítica por toda a tela. Apeles, de imediato, protestou, recomendando ao sapateiro que não opinasse além das sandálias, por seu ofício de sapateiro, soltando a frase: “sutor, ne supra crepidam”, ou seja, “sapateiro, não vá além das chinelas”. Enfim, não emita opinião sobre o que não sabe. A frase virou aforismo, usado para aconselhar as pessoas a se limitarem a falar sobre o que entendem, não devendo ir além de seu parco conhecimento.

(*) Veja o vídeo da BBC com legenda em português: Em reunião do G20, em Londres, Barack

Corumbá

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