quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sarney e a Mídia

Informa o jornal O ESTADO DE SÃO PAULO:

“O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse hoje que a mídia é inimiga das instituições representativas. A declaração foi durante discurso em plenário, na sessão de homenagem ao Dia Internacional da Democracia. Para Sarney, a existência do parlamento é fundamental para haver democracia nos Estados, e observou que atualmente existe um conflito sobre quem é o representante do povo: o Parlamento ou a mídia.

‘A tecnologia levou os instrumentos de comunicação a tal nível que, hoje, a grande discussão que se trava é justamente esta: quem representa o povo? Diz a mídia: somos nós; e dizemos nós, representantes do povo: somos nós. É por essa contradição que existe hoje, um contra o outro, que, de certo modo, a mídia passou a ser uma inimiga das instituições representativas. Isso não se discute aqui, não estou dizendo isso aqui, estou repetindo aquilo que, no mundo inteiro hoje se discute’, disse o presidente do Senado.”

Meus amigos, serei breve e direto:

A mídia realmente penetra e controla, hoje em dia, espaços que não são realmente da sua alçada. É fato. Sarney está correto quando diz que o mundo todo discute este tema hoje em dia. A imprensa tem, de fato, um poder enorme. Ela controla, de certa forma, a informação e, além disso, a interpretação da informação.

Mas o que Sarney não cita é o fato de que muitos teóricos do tema afirmam que muito desse fenômeno foi causado pela desconfiança com relação aos políticos.

É verdade que o modo como a mídia expõe os casos de corrupção e as politicagens contribui para isso. Mas as perguntas que ficam para José Sarney são as seguintes:

Pode o senhor dizer que não deu motivos para que a mídia o criticasse?

Pode o senhor dizer que a mídia não presta serviço ao cidadão quando é a única a se levantar contra falcatruas, ganhando assim a confiança deste?

Pode o senhor dizer que sua pessoa não contribuiu muito para o gigantismo do poder da mídia ao auxiliar no apequenamento da política?

Pode o senhor dizer, sem provocar gargalhadas, que o povo deveria, ao invés de seguir uma mídia que erra de vez em quando, seguir o seu PMDB?

Pode o senhor criticar a mídia, sem demonstrar uma dupla moral, no momento em que emerge o fato de que o suposto mordomo de sua filha, que tinha sido exonerado do Senado por ter atividades externas a este, foi recontratado para outro cargo na surdina?

A mídia, Sr. Sarney, só vez divulgar…

Corumbá

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