segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Eleições presidenciais no Chile

Informa o jornal O Globo:

Num dos resultados mais apertados dos últimos anos, o opositor Sebastián Piñera ganhou as eleições presidenciais chilenas, segundo resultados parciais. Com 99,2% das urnas apuradas, o candidato da Coalizão pela Mudança, de direita, tinha 51,61% dos votos, contra 48,38% do ex-presidente Eduardo Frei, da Concertação de Michelle Bachelet – numa eleição que marca a volta da direita ao poder pela via democrática pela primeira vez em cinco décadas. O novo presidente do Chile tem o desafio de unir um país que 20 anos após a ditadura militar continua dividido.”

Mesmo tendo uma Presidente com altíssima aprovação popular ao seu lado, o indicando como sucessor, Eduardo Frei não foi páreo para Sebastián Piñera. Assim como Michelle Bachelet, Frei faz parte da Concertación, coalizão de centro-esquerda, que comandou o Chile por diversos anos seguidos. Contudo, Piñera surgiu como a possibilidade, que se confirmou, de dar à centro-direita o poder no Chile, país modelo da América do Sul, com democracia consolidada e qualidade de vida da população crescente.

Piñera promete caminhar com o Chile para o centro, ainda que seja interpretado como representante da centro-direita. A vitória dele foi apertada, embora tenha sido favorito desde o início, por conta de uma ascensão na reta final de Frei.

A realidade é que o Chile já chegou a um ponto de maturidade política onde a memória negativa de Pinochet, ditador militar empreendedor de um regime sangrento, não impede grupos democráticos, com um viés de direita, de terem uma chance de vitória.

Em suma, entende-se que o direitista tem os mesmos direitos do esquerdista, não sendo responsável pelos abusos do ditador e não tendo que se justificar por se posicionar à direita. Além disso, o povo chileno aprendeu a importância da alternância e entendeu que era a hora de a Concertación deixar o poder.

Bachelet, mesmo com 80% de popularidade, não conseguiu transferir votos para Frei a ponto de compensar o cenário favorável à mudança, que era representada por Piñera. Alguns analistas já começam a comparar a capacidade de transferência de votos de Bachelet para Frei com a futura capacidade de transferência de Lula para Dilma, aqui no Brasil.

Independentemente disso, o fato é que o Chile demonstra maturidade e se consolida como reserva democrática da América do Sul, se opondo aos arroubos chavistas.

Não pela vitória da direita, mas pelas circunstâncias em que ela se deu, pela forma saudável com que correu a campanha e pela valorização da alternância de poder.

Corumbá

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