sábado, 1 de agosto de 2009

Imbecil e ignorante

Estive pensando: eu acho que o Bolsa Família é uma esmola. Eu acho que o Bolsa Família é um programa assistencialista e demagógico. Eu acho que o Bolsa Família é dar o peixe sem ensinar a pescar.

Eu acho que o Bolsa Família deveria matar de vergonha o cidadão que o recebe, pois não há mérito no recebimento, mas necessidade. Se não mata de vergonha, vicia esse mesmo cidadão.

Eu acho que o Bolsa Família, em sua origem, era um belo programa, alimentar, prover o sustento básico por um período, capacitar o cidadão carente e pô-lo no mercado de trabalho, garantindo sua sobrevivência por méritos próprios. Mas ficou só na primeira parte e virou um projeto demagógico, eleitoreiro e com fins escusos de garantir a popularidade do “benfeitor” Lula.

Se não partiu para a segunda fase que seria o “ensinar a pescar”, o Bolsa Família deixa o cidadão viciado, como diria o Luiz Gonzaga, preguiçoso. Para que trabalhar se o sustento está garantido pelo governo? Todos nós conhecemos pessoas que, depois que passaram a receber o Bolsa Família não se interessaram mais em fazer qualquer atividade remunerada, pois o básico está garantido. Como não ficou com vergonha de receber o que não é fruto de seu trabalho, ficou viciado na esmola.

Todos nós conhecemos pedintes que, quando oferecemos algum tipo de trabalho remunerado para que ele deixe aquela condição humilhante, ele desconverse e até se negue à tarefa alegando dificuldades mil. O que será isso, se não o vício e a acomodação à esmola alheia e farta?

Conheço o caso de um casal de idosos, ambos aposentados pelo INSS, portanto com renda fixa, que recebem o Bolsa Família sob a alegação de terem que sustentar o neto, filho de uma filha deles, abandonada pelo marido. A filha não trabalha (é professora formada) pois recebe dos pais a quantia correspondente aos dois Bolsas Família que eles recebem. Têm vergonha disso? Merecem receber esse dinheiro que pode estar faltando a alguém realmente necessitado? Não, não têm vergonha. Eles até comentam o assunto com outras pessoas. Estão dopadas pela propaganda governamental (são “pobres) e viciadas pela esmola recebida. Como o pedinte citado acima. Não vejo diferença.

Pois bem, Lula, por causa disso que eu acho, me chamou de “imbecil” e "ignorante”.

Será que ele quis me ofender ou quis se defender? Será que ele quis mostrar à sua claque que recebe o Bolsa Família que quem não o recebe, além de ser otário porque não se aproveita da mamata, é imbecil e ignorante? O que será que ele acha que seja ser “imbecil” e “ignorante”?

Segundo o dicionário Aurélio, imbecil é um tolo, um idiota, uma pessoa covarde ou que tenha um atraso mental acentuado. É um indivíduo incapaz de reconhecer a linguagem escrita e de prover seu sustento.

No mesmo dicionário, ignorante é uma pessoa que não tem instrução, que não sabe de nada.

Há um ditado que diz que ninguém ofende ninguém, a pessoa é que se sente ofendida pelo que a outra disse ou fez. No caso em pauta, acho que Lula quis me ofender mas, como ele não sabe o que diz, nomeou-me de duas palavras (imbecil e ignorante) que não caracterizam o meu comportamento, meu modo de ser, minha formação e minhas idéias. Analisando bem sua pretensa ofensa, acho que ele se confundiu pois cada vez mais pessoas como eu percebem e divulgam a desfaçatez em que se transformou o Bolsa Família, um autêntico Bolsa Esmola Eleitoral que, ele, baseado em seu comportamento desequilibrado, julgou os outros por si mesmo.

Por isso, acho que, nem sendo imbecil e nem ignorante, não posso me sentir insultado pelo Lula já que ele, apesar de querer me ofender, simplesmente demonstrou sua imbecilidade e ignorância ao desconhecer críticas construtivas e densas contra sua política nem disfarçada de ser popular com o dinheiro dos outros.

Lula, imbecil e ignorante é você. Sem nenhuma intenção de lhe ofender.

Corumbá

2 comentários:

  1. Nesta última sexta-feira fiquei estupefato com a declaração dada pelo presidente Lula acerca das críticas atribuídas ao programa "Bolsa Família". Segundo a concepção do presidente brasileiro, todos aqueles que julgam o Bolsa Família um programa demasiadamente assistencialista não passam de "imbecis" e "ignorantes".

    Não sou cientista político, tampouco simpatizante de alguma ideologia partidária, mas me julgo no direito de opinar sobre tudo aquilo que é feito, custeado e idealizado com dinheiro público, dinheiro este arrecado com os impostos que também pago. Isso não é ignorância, mas cidadania.

    Como cidadão e contribuinte, creio que seja além de direito, seja dever avaliar o mérito de cada ação pública, incluindo os programas sociais. Ignorância seria permitir que nossos governantes façam o que desejarem com um dinheiro que pertence a mim e a toda a Nação brasileira. Isto não é ignorância, mas participação social.

    O presidente Lula deveria escolher melhor as palavras que utiliza para defender a sua ideologia de políticas públicas. Não contesto o direito que ele possui ao defender os programas sociais de seu governo, mas não se pode calar a opinião pública e, desde a minha infância, aprendi com meus pais que devemos respeitar as opiniões alheias, mesmo que elas sejam totalmente contrárias às nossas. Isso não é ignorância, isso se chama respeito mútuo. Não julgo que divergências de opiniões seja imbecilidade, muito pelo contrário, isso prova a cidadania e o discernimento de um povo, isto é sinal de democracia.

    O presidente Lula talvez tenha se esquecido que estamos vivendo num país democrático, onde opiniões contrárias e favoráveis convivem harmoniosamente. Não temos a obrigação de concordar com todas as iniciativas públicas de seu governo, ele foi eleito para representar os interesses do povo brasileiro frente às esferas do poder público, e a partir do momento em que se dispõe a assumir um cargo público, automaticamente estará sujeito a receber e aceitar tanto elogios quanto críticas.

    Muito me admira que um presidente tenha a infelicidade de chamar seu próprio povo de "imbecil" e "ignorante", quando na verdade ele mesmo acabou cometendo o equívoco de atribuir ao direito à liberdade de expressão e ao exercício da cidadania tais adjetivos.

    Sinto-me ultrajado ao ser chamado de "imbecil" e "ignorante" pelo presidente de meu próprio país, mas prefiro receber estes insultos e poder dormir com a minha consciência tranqüila, pois terei certeza de que estou exercendo a minha cidadania, afinal, vivo em um país democrático, onde tenho o direito de expressá-la livremente.

    Se cidadania virou sinônimo de ignorância para o nosso presidente, quero lembrá-lo de que sou eu quem paga seu salário, de seus ministros, de suas viagens, dos investimentos publicitários de seu governo, e sabe lá Deus o que mais sou obrigado a pagar. Também quero lembrá-lo que nos anos eleitorais não fui chamado de ignorante. Muito pelo contrário, em seu programa eleitoral, era considerado aquele que desejava um país melhor e mais justo. O que mudou? Deixei de ser considerado brasileiro? Deixei de pagar essa exorbitante carga tributária? Deixei de presenciar o assistencialismo dado por seu governo a fim de gerar votos?

    A resposta é não. Continuo sendo um brasileiro que paga com muito trabalho e honestidade os impostos que seu governo me impõe, e desde 2003 continuo presenciando o assistencialismo de seu governo. E ainda ganhei de brinde "ingressos" para assistir ao desfile de vexames, de corrupção, de dólares na cueca, da criação da CPI da Petrobras, dos escândalos das passagens, a sua famosa "marolinha" e agora a sua defesa absurda e incondicional ao senador José Sarney (PMDB-AP).

    Seu governo esteve repleto de escândalos e corrupção, um governo que fez do Bolsa Família a mais notável máquina eleitoral já vista na história recente deste país. E veja só, o dinheiro pago aos beneficiados do Bolsa Família é resultante do dinheiro pago pelos contribuintes, no qual me incluo.

    Willian Aparecido Martins

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  2. As bobagens verbais do Presidente não representam risco e nem surpresa para ninguém. Todos os dias essa autoridade diz sandices que coloca o país em situação complicada, o que percebo é um total desmando, desacerto e interferências na gestão dele.

    Sinto que a Estrutura Estatal está esfacelando, o Executivo está em ruínas, não estão conseguindo esconder, tudo está emergindo ao mesmo tempo, numa sequência incontrolável, o legislativo está com suas vísceras expostas, sangrando e o judiciário , que até pouco tempo era o intocável, está também com suas fraturas expostas.

    Dessa forma, então, o que esperar ?

    Hoje deparamos com um Presidente, no comando do Brasil, com parcos conhecimentos científicos, técnicos e metodológicos de administração pública, então, sai dizendo e fazendo qualquer coisa para justificar as suas inconsistentes fundamentações. Como não tem argumento , xinga, zomba e pensa que subestima a inteligência de muitos brasileiros.

    O que não é verdade. Penso eu.

    Iza Aparecida Saliés

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