quinta-feira, 30 de julho de 2009

A crise não foi apenas pânico

O presidente Lula da Silva tem certa razão quando pede para que os economistas que escreveram artigos criticando o posicionamento brasileiro diante da crise para fazer um mea-culpa, mas é bom lembrar que tanto eles como Lula cumpriram seus papéis.

Presidente não assina artigo, faz pronunciamento. Quando fala tem fé de ofício (e é isso que Lula precisa entender quando fala sem pensar – sua palavra é a verdade, mesmo que não o seja). E Lula cumpriu o seu papel de animador do clima nacional para enfrentar a crise global.

Tinha que dizer que estava fazendo tudo o que podia e tentar reduzir o impacto da crise na cabeça das pessoas. Ele podia fazer isto porque as condições da economia brasileira (conquistada com muito esforço nos últimos anos) nos permitiam isso. Tínhamos gordura e capacidade de ação. E tinha Henrique Meirelles. Esse sim, o cara!

Agora isso quer dizer que a crise passou? Não! O fato de o índice de desemprego ter caído em seis das principais regiões metropolitanas do país em 14,8% em junho é bom, mas temos quase três milhões de pessoas procurando trabalho. E o que há de bom para a turma do Lula comemorar tanto?

É a volta do sentimento de que o bicho não pegou tanto como as empresas esperaram. O grande ganho dessa crise foi que as empresas se reequiparam para enfrentá-la. A euforia estava fazendo muita gente ficar perdulária e acha que podia crescer 10%, 15% ou 30%. Não é assim que a banda toca.

No fundo, o maior ganho é que hoje estamos mais preparados para a volta. E esse não é um ganho do governo. É da sociedade.

Baseado em texto de Fernando Castilho

No Jornal do Commercio

castilho@jc.com.br

Corumbá

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