quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O irresponsável fechamento do escritório da Funai em PE

Enviado em 06/01 por Júlio Ferreira, Recife-PE

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O SPI (Serviço de Proteção ao Índio) foi montado sob o tutela do Marechal Rondon, a partir de ideais humanitários. Em 1967, o órgão foi extinto, como ponto final de uma perseguição iniciada logo após o golpe de 1964, principalmente por conta da íntima ligação entre a maioria dos sertanistas do SPI com o etnólogo e antropólogo Darcy Ribeiro, “persona non grata" entre os golpistas. O SPI foi substituído pela FUNAI, ironicamente chamada, por todos que realmente conheciam a causa indígena, de "AFUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO". - Foto: WEB

Filho de um antigo sertanista do SPI (Serviço de Proteção aos Índios), órgão fundado pelo Marechal Rondon para preservar da integridade dos índios brasileiros, e que foi extinto em 1967, em plena ditadura militar, para que fosse aberta essa indecência burocrática chamada FUNAI (Fundação Nacional do Índio), testemunhei o sofrimento dos povos indígenas, massacrados, física, moral e culturalmente, em nome do progresso.

Agora, para comprovar que a FUNAI ainda não conseguiu implementar uma política indigenista minimamente decente, o presidente da República assinou, de forma irresponsável, no último dia 28 de dezembro, um decreto fechando o escritório da FUNAI em Pernambuco, sem levar em conta que este é o Estado que possui a maior população indígena do Nordeste, e a quarta do Brasil.

Se tendo um escritório da FUNAI no Recife as comunidades indígenas pernambucanas já viviam uma cruel situação de abandono, dá para imaginar o que acontecerá quando seus pleitos dependerem de gestores sediados em outros estados, e muitos deles completamente analfabetos em assuntos indígenas, por terem chegado ao cargo através de vergonhosos esquemas de apadrinhamentos políticos.

Vai ver, muitos dos atuais dirigentes da FUNAI, o mais próximo que já estiveram de uma aldeia indígena foi quando foram ao cinema, assistir filmes nos quais soldados da cavalaria norte-americana matavam "selvagens", sem dó nem piedade.

(julioferreira.net@gmail.com)

Corumbá

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