domingo, 25 de outubro de 2009

E o futuro do PT?

O futuro da política nacional já não deixa muito espaço para o mais tradicional dos partidos tidos como  “de esquerda” (seja isso o que quer que seja hoje em dia).

O Partido dos Trabalhadores faz uso da tática política mais arriscada, concentrando o poder na figura de um ícone presidencial, que, uma vez tendo sua imagem consolidada, conseguiria levantar o partido e eleger novos integrantes potenciais. Eis o problema que a princípio soa como solução.

Lula, “santificado” perante a nação, utiliza-se do carisma e da devoção popular para sair ileso de todas as denúncias e corrupções que se deram ao longo do seu governo e, ainda, com a popularidade nas alturas. É reconhecida nele a habilidade do ‘teflon” – nada cola. E ele soube se cercar dos melhores estrategistas e dos piores “fiéis escudeiros”.

É preciso que se tenha visão de longo prazo para que se estabeleça uma continuidade partidária na política. Lula conseguiu estabilidade em seu governo, mas pecou em concentrar em si as virtudes que deveriam ser divididas com seus parceiros da administração pública.

Arriscaria dizer, e me comprometo a me retratar futuramente, caso esteja errado, o seguinte: O PT não tem hoje nenhum nome forte para governar o País, assim como não terá nas próximas eleições.

Não levanto a bandeira de nenhum partido, mas é inegável que a união PSDB-DEM apresenta um leque de opções (boas ou não) que, a longo prazo, poderá culminar em uma completa dominação da política nacional. José Serra, Aécio Neves, Gilberto Kassab, Geraldo Alckmin…

Nomes como esses são veiculados frequentemente, enquanto no PT a tática é a da lavagem cerebral. Funcionou com a insistência no atual Presidente, que pela esperteza, inteligência e experiência adquiridas com o tempo, pôde sagrar-se como uma das mais badaladas personalidades da história da política nacional. Já em situação contrária, encontra-se Dilma Rousseff, a decepção que tem data marcada: 3 de outubro de 2010.

É importante deixar claro novamente que essa não é uma opinião construída do ponto de vista “tucano”, muito pelo contrário. O rumo ideal da política não cruza a estrada cega da continuidade. Temos que ter opções para votar que sejam de ideologias diferentes para formarmos nossa opinião clara e coerente com aquilo que nós achemos que o Brasil precisa.

Pela ausência de projeção nacional limpa, o Partido dos Trabalhadores não trará para o país candidaturas qualificadas, que tenham condições reais de competir e ganhar.

Fica registrada a profecia. Se o PT não mudar sua estratégia de atuação, enfraquecerá sua base, assim como perderá sua identidade.

Algo precisa mudar para sairmos da mesmice de Mercadante, Genoino, Zé Dirceu, Palocci e cia. Caso contrário, a estrela vermelha se apagará como uma chama sutil e solitária, que um dia já foi incêndio.

Mais uma observação: A estratégia petista é perigosíssima pois, abrindo mão de muitos espaços nos estados para garantir o apoio e o tempo de televisão do PMDB, foca apenas a eleição presidencial e a candidatura de Dilma Rousseff. Com uma possível derrota de Dilma, o partido ficaria apenas com o governo de alguns estados mais fracos e com secretarias em governos de aliados, além de torcendo para o retorno de Lula. Talvez por isso o Presidente não se importe em arriscar, afinal, o risco é do partido, e não dele.

Depois não digam que eu só escrevo para derrubar Lula e o PT. Pensar não dói.

Corumbá

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