terça-feira, 27 de outubro de 2009

Corrupção, desmando e a postura do Lula

O Presidente Lula sempre assumiu uma posição estranha em relação às gravíssimas denúncias de corrupção que rondaram o seu governo. Algumas delas atingiram diretamente seus mais íntimos aliados e colaboradores e, graças ao seu carisma e às suas ações populistas, o Presidente tem ficado imune a todas elas. Comenta-se, até, sua habilidade “teflon”, nada cola.

O mais engraçado nisso tudo é que Lula não se preocupa em pregar abertamente a favor do descontrole e da facilitação das mamatas e falcatruas. Criticou duramente o TCU – Tribunal de Contas da União – quando este recomendou a paralisação de obras e ordenou a devolução de recursos por empresas, políticos, administradores de autarquias e estatais diretamente indicados por ele ou por seus correligionários mais chegados.

Em outra ocasião, exigiu que o TCU e a AGU se mantivessem afastados das auditorias efetuadas nas obras do PAC e, mesmo quando esses órgãos demonstraram que mais de 56% das verbas destinadas aos projetos já haviam sido aplicadas, contra a realização de apenas 36% das obras (o que indica claramente desvios ou superfaturamentos), Lula lançou impropérios pela imprensa e acusou os órgãos de “parar o Brasil”.

Agora, em mais uma enxurrada de estupidez, Lula fala contra os controles dos cofres públicos com a mesma veemência de sempre. Aplaudido pela mesma claque insana e alienada, rebaixada a aceitar as esmolas que lhe são atiradas pelo Presidente, a nação se mantém impassível e inerte. Enquanto isso, o maior mandatário e aquele que deveria ser o maior protetor do Tesouro Público, clama pela entrega de nossos suados impostos às mãos e bocas sedentas dos corruptos e aproveitadores.

“O Brasil está travado. Não é fácil administrar um País com a máquina de fiscalização existente. Temos que construir alguma coisa juntos, em que a gente permita que quem tem o poder de fiscalização possa fiscalizar, mas quem tem o dever de executar possa executar”, falou Lula. Sua frase seria perfeita se o Brasil não fosse um dos países mais corruptos do planeta e essa “máquina fiscalizadora” não existisse para minimizar o fato de muitos “aliados” e “opositores” adorarem abocanhar uma grande parte dos recursos que deveriam ir para as obras e para o custeio de coisas “sem valor” como a saúde, a educação e a segurança.

Talvez, se ele próprio tivesse demonstrado ao assumir o cargo todo aquele ódio e asco, que dizia ter no passado, pela corrupção e pelos corruptos, o Brasil não precisasse “ficar travado” pela fiscalização hoje. Talvez, quem sabe, o País necessitasse menos de fiscais e “fiscais dos fiscais” se o Presidente não tivesse sido tão complacente com os episódios do Mensalão, dos carros presenteados, dos dólares na cueca, das amantes pagas com dinheiro público e com o Senado Federal sendo loteado para parentes e amigos de políticos “camaradas”.

Uma nação que abranda o combate à corrupção, ao invés de endurecê-lo, e tem como Presidente alguém que nunca sabe de nada e se cerca de personagens de triste fama, não pode desejar ser uma nação ágil e de pouca fiscalização.

A corrupção é um mal do homem e é impossível acabar com ela. Contudo, ela tem que custar caro e representar perigo extremo para o corrupto e para o corruptor. Como diria um amigo meu, tem que ter punição e grossa!

E não, passar a  ser alvo frequente de “panos quentes”, “mentiras abafatórias” e apaziguamentos.

E muito menos gritos de euforia da torcida do Corinthians, sem querer ofender.

Corumbá

*colaborou Arthurius Maximus

Um comentário:

  1. O que se pode esperar de alguém que não tem e nem sabe o que são valores éticos e morais? Acho que tanto você, como tantos outros brasileiros, nos quais me incluo, que não deixam de se indignar com a performance do Representante Maior da Nação, estamos todos fadados a morrer do coração, de vergonha, por sabermos ser representados por alguém sem escrúpulos, chegado ao cinismo, e não ver nenhuma luz no fim do túnel que nos dê um alento que um dia, nem que seja a longo prazo, voltaremos a respirar ar puro no meio dessa lama toda que se tornou o País.

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