segunda-feira, 6 de julho de 2009

Sarney e o Senado brasileiro

Eu poderia dar vários títulos a essa análise. “Uma mão lava a outra”, “Mistura de Poderes”, “Chega pra cá minha nega”, “Estamos Quites” e por aí vai. Mas não há muita importância no título, realmente, é a inconcebível mistura de poderes que descaracteriza a democracia tanto quanto o regime militar o fazia, que me faz escrever um pouco sobre o fato do presidente do Senado pedir socorro ao presidente da República por que se sente ameaçado de perder o lugar. E pior, tenta justificar esse comportamento mostrando o que fez, o que deixou de fazer porque não pode fazer  e proclamando novas promessas.

Várias poderiam ser as reações do supremo mandatário do país, algumas de não intervenção (pois trata-se de um outro poder legalmente eleito e constituído), outras de aconselhamento. Menos a intervenção a qualquer preço.

Mas o poder executivo (Lula e Dilma Rousseff) resolveu divulgar uma série de informações mentirosas como se verdade fossem.

Divulgaram que Sarney não é mais culpado que seus colegas.

Sinto muito, mas é sim! Ele nomeou e manteve Agaciel Maia durante 14 anos como diretor-geral. Fora o monte de falcatruas que Sarney fez ou participou e que dificilmente encontraremos ao mesmo tempo em outro candidato ao título de menos íntegro, tais como, o auxílio-moradia que ele recebia (tem duas casas em Brasília), um neto empregado com um senador, outro neto que vendia seguros de saúde e empréstimos para servidores, um monte de parentes na folha do Senado, uma casa que não declarou duas vezes à Justiça Eleitoral…

Aí, Lula (e Dilma) divulgou em alto e bom som que o PSDB estava puxando o tapete para tomar posse da presidência do Senado (o vice-presidente do Senado é do PSDB) e que o PMDB, sem Sarney,  ia se passar para a oposição, e que a CPI da Petrobras ia acabar com o governo do Lula.

Primeiro que, em vacância do cargo da presidência do Senado, outra eleição em 15 dias escolherá o sucessor. Outra coisa, alguém acha que o PMDB (logo ele) vai largar a teta dos seis ministérios e mais um monte de cargos importantes só porque Sarney caiu? E a CPI da Petrobras não se instala porque a oposição não quer.

Na verdade, Lula não corre risco algum com a manutenção ou saída de Sarney. Ele está é pagando o apoio que o mesmo Sarney lhe deu quando o mensalão estourou a boca do balão. Se, para isso, tinha que fazer o PT se humilhar outra vez e defender o indefensável, ele o fez.

Afinal de contas, já passou o tempo em que Lula era do PT, hoje o PT é do Lula, com todas as suas implicações.

Quem não estiver satisfeito, vote na oposição. Qual?

Corumbá

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