quarta-feira, 13 de abril de 2011

Na China, Dilma esqueceu de falar em direitos humanos

Enviado por Ricardo Noblat – 13/04/2011

É tão grande a boa vontade com Dilma que se celebrou, talvez de forma apressada, uma eventual mudança de orientação do governo dela quanto à política externa praticada no governo Lula.

Alguns exemplos, de fato, sugerem uma mudança de tom. Ou de norte.

A própria Dilma se apressou em dizer que o respeito aos direitos humanos será uma das marcas da atuação do seu governo.

Pois bem: na visita à China, onde prevalece uma ditadura que desrespeita os direitos humanos rotineiramente, não se ouviu uma palavra de Dilma a respeito.

O assunto ficou de fora do comunicado oficial assinado por representantes dos dois governos.

Dilma explicou:

- Nós tivemos a mesma manifestação sobre direitos humanos que tivemos com os Estados Unidos. Todos os países têm problemas de direitos humanos. Nós temos problemas nisso.

A justificativa de Dilma é infeliz. Nem aqui nem nos Estados Unidos existe uma ditadura. Nem aqui e nem lá adversários do regime são detidos e muitas vezes desaparecem.

Não temos presos políticos - os Estados Unidos também não. A China tem.

Nas últimas quatro semanas, segundo organizações chinesas de defesa dos direitos humanos, cerca de 50 pessoas foram presas pelo governo ou sumiram.

Dilma não soube? Se soube não deu bola? Se deu bola, preferiu mesmo assim calar?

Ou a política de respeito aos direitos humanos do governo Dilma é seletiva? Aplica-se a alguns países e a outros não?

O Brasil é signatário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948.

Um dos artigos de Declaração diz:

"Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras."

Outro artigo:

"A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto."

Dilma visitará Cuba em breve.

Corumbá

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