quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Dilma, Lina e a Segurança Nacional

Informa a coluna Painel da Folha:

“Embora o GSI [Gabinete de Segurança Institucional] diga que ‘as especificações do contrato’ do sistema de segurança do Planalto impeçam o armazenamento de imagens por mais de 30 dias, é o próprio palácio, e não a empresa fornecedora dos equipamentos, quem gerencia o conteúdo gravado.

Adquirido por R$ 3,2 milhões em 2004 da Telemática, o sistema, com 225 câmeras, reúne o que há de mais moderno em tecnologia de segurança no país. Quem o conhece desconfia da explicação fornecida pelo GSI. Um dos motivos é que o prazo de 30 dias se refere apenas à memória de cada câmera, mas essa não é a única etapa de arquivamento dos dados, geralmente transferidos para outra plataforma.”

Este que vos escreve não pode afirmar nada sobre o sistema de segurança do Palácio do Planalto. Se não o conheço, não posso atestar a veracidade das explicações do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) a respeito do prazo de arquivamento dos vídeos gravados pelas câmeras de segurança do Palácio.

Acontece que uma coisa eu posso, sim, fazer. E faço isso como cidadão brasileiro pagador de impostos, e não, como alguém que deseja criticar o governo pura e simplesmente. O que posso fazer é questionar.

A primeira questão é a que diz respeito ao preço do sistema. Meus caros, se for verdadeira a explicação do GSI, os nossos impostos estarão sendo utilizados para gastar milhões de reais com um sistema de segurança pior do que os das lojas de conveniência dos postos de gasolina. Trinta dias apenas? Se não há mentira, há, no mínimo, incompetência.

A segunda questão é muito simples e direta: Se Lina realmente mentiu como alega Dilma, porque não foi processada?

A terceira questão se relaciona com a resposta que Dilma Rousseff deu a Lina Vieira, por meio da imprensa, no início do embróglio entre as duas. Meus amigos, a realidade é que Dilma cometeu um erro em seu discurso. É claro que todos nós queremos a verdade, nada mais do que a verdade, porém, se a Ministra tivesse dito que havia se encontrado com Lina, mas que o teor da conversa tinha sido diferente do alegado pela ex-Secretária da Receita, Dilma estaria em melhores lençóis. Provar o teor da conversa seria impossível. Provar o encontro não é.

É por isso que estamos agora às voltas com explicações do GSI. Porque Dilma se perdeu na sua resposta e disse o que não devia. Na minha opinião, isso foi ótimo, mas não porque prejudica a Ministra, e sim, porque dá motivos para o perseguimento da verdade. Porém, alguns governistas expressam, nos bastidores, o desgosto com o rumo errado tomado por Dilma em suas explicações iniciais.

Se Dilma disse que o encontro não ocorreu, terá mentido para a nação se ele for comprovado. Tendo mentido sobre isso, quem acreditará que não é verdade o que alega Lina Vieira?

A verdade é essa, meus caros. O Brasil poderá vir a saber a verdade por um deslize de Dilma. Um deslize odiado por seus aliados, adorado pela oposição e que deve ser valorizado por quem quer apenas a verdade, como nós. Foi ele que possibilitou a investigação.

Se o encontro for comprovado, repudie-se Dilma. Se o encontro for provado como inexistente, que se puna Lina Vieira com o rigor da lei.

O problema é que parece que o encontro não será comprovado mas também não será refutado. Nesse caso, a dúvida continuará a pairar. E pairará pelo deslize de Dilma. Um deslize que a oposição comemora e que a Ministra, com certeza, lamenta.

Eu, por minha vez, acredito que o deslize foi benéfico. Deu-nos a chance de levar as alegações ao campo da investigação dos fatos, o melhor modo de saber quem fala a verdade.

Se Dilma é culpada eu não sei, mas quem não deve não teme.

Corumbá

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